Os adolescentes constituem um grupo prioritário para promoção da saúde em todas as regiões do mundo, em razão dos comportamentos que os expõem a diversas situações de riscos para a saúde. Nesse período de transição da infância para a vida adulta, ocorrem intensas transformações cognitivas, emocionais, sociais, físicas e hormonais. Nessa época da vida, crescem a autonomia e independência em relação à família e a experimentação de novos comportamentos e vivências. Alguns desses comportamentos e vivências representam importantes fatores de risco para a saúde, como o tabagismo, o consumo de álcool, a alimentação inadequada, o sedentarismo e o sexo não protegido.
Esses fatores aumentam o risco de acidentes e violências, além de contribuírem para o desenvolvimento futuro de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, diabetes e câncer.
Existe uma consciência crescente de que as DCNT, como por exemplo, a obesidade e os distúrbios mentais, são fatores significativos que afetam a saúde e o bem-estar dos jovens:
Por sua vez, relações familiares e escolares bem estabelecidas e atitudes de autocuidado representam importantes fatores de proteção à saúde física e emocional, presente e futura.
Portanto, conhecer como vivem e se comportam os escolares possibilita mensurar a magnitude e a distribuição de importantes fatores de risco e proteção à saúde atual e futura, essencial para orientar estratégias voltadas para a saúde dos jovens.
Por essas razões, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou em 1982 um sistema de vigilância baseado em inquéritos sobre o comportamento em saúde de escolares (Health Behaviour in School-aged Children - HBSC) em três países europeus.
Existem outros dois sistemas de vigilância (americano: Youth Risk Behavior Surveillance System- YRBSS e brasileiro: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar -PeNSE) que reuniram dados de inquéritos realizados com jovens de faixas etárias específicas, em ambiente escolar, onde incluíam informações sobre saúde física, emocional e psicológica; influência da família, da escola, dos pais e de fatores socioeconômicos. As informações produzidas eram comparáveis entre os países participantes e têm auxiliado gestores, profissionais de saúde e educadores na modificação de currículos e reestruturação de programas de saúde voltados para essa faixa etária.
O estudo do comportamento em saúde de escolares (Health Behaviour in School-aged Children- HBSC) realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) fornece informações importantes sobre os comportamentos relacionados à saúde dos jovens. Sua metodologia única facilitou o envolvimento com centenas de milhares de jovens em muitas partes do mundo desde sua criação em 1983, construindo uma base de dados ao longo do tempo que descreve padrões e questões relevantes para sua saúde e bem-estar.
A pesquisa procura entender a saúde dos jovens em seu contexto social - em casa, na escola, com a família e os amigos.
Os jovens podem ter um vasto leque de oportunidades em relação à saúde, educação, profissão, engajamento social, descoberta e realização. Mas há também um mundo de riscos que pode afetar sua capacidade de alcançar a saúde plena, tanto agora quanto no futuro, reduzir suas oportunidades de educação e trabalho e levar ao isolamento e à frustração.
A pesquisa da HBSC é um recurso crucial no aprofundamento da compreensão dos determinantes sociais que afetam a saúde e o bem-estar dos jovens, pois considera contexto social, comportamentos de saúde e comportamentos de risco.
Embora haja muito o que comemorar no status de saúde e bem-estar de muitos jovens, outros continuam a experimentar problemas reais e preocupantes em relação a questões como sobrepeso e obesidade, autoestima, satisfação com a vida, uso indevido de substâncias e bullying.
As vozes dos jovens podem direcionar esforços para abordar os determinantes sociais da saúde de uma maneira que tenha efeitos positivos sobre a saúde e o futuro deles.
À medida que o plano de ação para implementar a estratégia da OMS para a prevenção de DCNT avança, todos devem permanecer vigilantes para proteger os jovens do impacto de seus fatores de risco, como consumo de tabaco e álcool, sedentarismo, alimentação não saudável e ansiedade excessiva.
Atingir as metas acordadas para reduzir o impacto dos distúrbios mentais e a mortalidade prematura por doenças crônicas em 25% até 2030, como parte da agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, tem que ser o compromisso de cada um de nós.
A convite de empresas e instituições não-governamentais interessadas em promover a saúde e bem-estar de seus colaboradores, tenho buscado engajar as pessoas e instituições no cuidado individual, estimulando uma rotina de gerenciamento de grupos de risco e promovendo a saúde mental e bem-estar através de conceitos baseados na neurociência.
Obs.: O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê autonomia do adolescente para tomar iniciativas, tais como responder a um questionário que não ofereça riscos a sua saúde. Caso a escola tenha interesse na pesquisa sobre o estado de saúde dos adolescentes, eu elaboro os indicadores que visem subsidiar políticas de proteção à saúde para esta faixa etária. procuro optar pela autonomia do adolescente em definir sobre sua participação na pesquisa. O estudante pode decidir em participar, ou não, e poderá responder o questionário ou apenas parte do mesmo. As informações do aluno ficam confidenciais e não-identificadas, bem como as da escola.
Os temas abordados nos seminários e/ou questionários com os adolescentes são:
TEMA 1: FAMILIA, AMIGOS, ESCOLA
TEMA 2: ESTADO DE SAUDE E BEM-ESTAR
TEMA 3: STATUS PONDERAL E IMAGEM CORPORAL
TEMA 4: ALIMENTACAO
TEMA 5: CONSUMO DE SUBSTANCIAS
TEMA 6: ATIVIDADE FISICA
TEMA 7: MUNDO DIGITAL E TELAS
TEMA 8: AMOR E SEXUALIDADE
TEMA 9: COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS
O objetivo principal dos encontros é a educação em saúde baseada em evidências através de dados estatísticos relevantes para a conscientização dos jovens.
Há participação ativa e discussão com casos reais para que eles mesmos construam seus valores e autoconhecimento.
Conceitos baseados na neurociência e resultados de pesquisa em estudo cerebral por imagem são utilizados para demonstrar como os jovens podem fazer escolhas mais saudáveis e como podem ter bem-estar.
Formada em Saúde Global e em Direitos Humanos em Genebra, abraça a causa da diversidade e da equidade de gênero.